segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Conjuntivite felina

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A conjuntivite é extremamente comum nos gatos. Algumas vezes o curso é rápido e agudo, precisando de um tratamento correto e urgencial para impedir complicações mais graves.

A conjuntiva é uma membrana mucosa que reveste a superfície ocular e a face interna das pálpebras, incluindo a membrana nictante ou terceira pálpebra. É um tecido muito vascularizado que desempenha funções importantes para o olho, agindo como um orgão linfóide, para a proteção de todo bulbo ocular e também com função na produção de muco para o filme lacrimal. Os principais sinais observados na conjuntivite são a hiperemia (aumento de volume sanguíneo), quemose (edema), secreção mucopurulenta, blefaroespasmo (fechamento repetitivo e involuntário da pálpebra), epífora (lacrimação mórbida), protusão de terceira pálpebra e dor ocular.
 
Diversos patógenos ou eventos traumatizantes podem danificar a conjuntiva e causar a inflamação. O trauma é um fator comum, principalmente nos episódios de brigas entre machos, onde pode ocorrer facilmente lacerações de pálpebras e de olho. O tratamento destas lesões é difícil, devendo-se considerar a patogenicidade da flora bacteriana normal da unha do gato. A antibioticoterapia deverá ser agressiva.

Além disso, o “herpesvírus é um agente bem conhecido da conjuntivite felina. Geralmente acomete os filhotes bem cedo, podendo causar lise dos tecidos oculares, gerando úlceras e até quadros mais graves de inflamações oculares. Principalmente quando acompanhado de bactérias oportunistas, que aumentam a patogenicidade do quadro.

O tratamento é fundamentado em cuidados de enfermagem, antibióticos e antivirais. É importante entendermos que o gato pode ficar curado clinicamente, mas há a possibilidade de reincidência, pois o vírus permanece nos ramos do nervo trigêmio.

As principais bactérias causadoras ou potencializadoras da conjuntivite são a Chlamydophila felis e Mycoplasma felis. São organismos intracelulares obrigatórios que acometem principalmente filhotes e animais imunodeprimidos. A primeira causa uma inflamação intensa na conjuntiva, causando edema bem evidente, a segunda é determinada principalmente pela formação de “pseudomembrana” na superfície ocular. O tratamento é com antibióticos tópicos (colírios e pomadas) e também oral. Quase sempre estas bactérias estão associadas com a herpesvirose.

Outros patógenos, como os fungos, podem também causar conjuntivite, mas são menos comuns.
Algumas anormalidades conformacionais das pálpebras, congênitas ou adquiridas, podem predispor ou perpetuarem quadros de conjuntivites. Agenesia palpebral (falta de porções das pálpebras); o entrópio, que é o “enrolamento” da pálpebra para dentro do olho e microftalmia (olhos diminuídos de volume), são os problemas estruturais mais comuns nestes casos.

É fundamental o diagnóstico precoce, com exame clínico criterioso por oftalmologista, para se detectar a causa da inflamação. Visto que uma conjuntivite crônica ou errôneamente tratada pode trazer sérias consequências à visão do animal.

Uma conjuntivite pode levar ao quadro de “olho seco”, ou seja, uma deficiência na produção lacrimal, podendo seguir a uma ulceração de córnea e uveíte, pondo em risco a integridade do olho do felino.

O diagnóstico é por exame físico direto oftalmológico e por exames laboratoriais como a citologia e cultura do material secretado.


Fonte: http://medfelina.blogspot.com.br/2011/07/conjuntivite-felina.html
 

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